quinta-feira, 26 de fevereiro de 2009

Revolution


Ontem eu fui assistir ao Milk, filme que conta a historia do Harvey Milk, o 1º representante assumidamente gay na história da politica que foi assassinado em 1978. É incrível pensar que faz tão pouco tempo que os gays eram discriminados a ponto de não possuírem direitos como o de trabalhar, por exemplo. Harvey foi o precursor da libertaçao dos gays na sociedade que vivemos hoje.



Além desta lembrança da história protagonizada pelo merecidamente oscarizado Sean Penn, o diretor Gus Van Sant joga na cara dos desavisados cenas de puro homossexualismo (vibrei com mais uma quebra de paradigmas depois de Brokenback Mountain!!). Mas não estou aqui para escrever do filme.



A questão é que ele só reforçou um sentimento que não me deixa confortável. Vimos todas estas lutas que as gerações passadas travaram e acabo sempre achando que somos uma geração vazia. Mas em uma sociedade onde já conquistamos tudo, direito de votar, direito de assumir a sexualidade, direitos igualitários entre homens e mulheres, direito de casar, separar, transar com 1 ou com 100, direito a liberdade de expressão, de consumo. Com tudo isso, pelo quê nós vamos lutar?

Nesta rebeldia que surgiu há algumas décadas atrás, os que lutaram pelos nossos direitos nos trouxeram os maiores ganhos culturais atuais, como na música, moda, teatro, literatura, cinema. E, hoje em dia, o que fazemos para fomentar isto? Na música, por exemplo, existem alguns grupos nostálgicos (como os seguidores de Beatles e Stones), que produzem através de ideais ultrapassados, além da leva do reflexo da cultural pop atual, tipo nx zero que eu prefiro nem comentar... Mas li um livro que me mostrou que os representantes da rebeldia dos dias de hoje se voltaram contra nós mesmos. A violência gratuita é hoje o nosso movimento de contra cultura. Brigas em estádios, em boates, a violência do tráfico.

Só que o mundo hoje precisa de ajuda. Corrupção, meio ambiente, desigualdade, o capitalismo selvagem... Alguém vai parar de olhar só para o seu umbigo? É essa história que vamos deixar sobre a nossa geração?

Ok, acordei baixo astral e resolvi fazer o primeiro post com um monte de coisa que estavam entaladas, mas prometo que os próximos só falarão de coisas alto astral. Já até estou escrevendo, é sobre o Psicodália no Carnaval... e o próximo é de um lugarzinho lindo de almoçar que eu vou em Porto Alegre.
Caro

ps.: sugiro ouvir a música Revolution dos Beatles depois de ler o post. =)

2 comentários:

  1. Tô bem afim de ver esse filme :) Vou seguir a dica de música e ouvir Beatles agora!

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  2. certamente a nossa é a geração do vazio, mas desde o milk nada mudou. o que aconteceu foi que as coisas foram embaladas em um pacotão politicamente correto (marcas verdes, barack obama, capitalismo pesuedo-humanitário) e hoje em dia não se faz mais tudo na cara de todo mundo.

    tem muita coisa pra se fazer, com que se revoltar, contra o que brigar. mas todo mundo tá confortável em casa, assistindo a luciana gimenez, pra se preocupar com o mundo além da sala.

    e eu ainda não consigo acreditar que a as pessoas da nossa turma não gostaram de "surplus." justo a nossa. fiquei de boca aberta. mas enfim...

    milk é bem bom mesmo! gus van sant nunca me decepciona.

    beijão, caro! :)

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