quarta-feira, 4 de março de 2009

O Woodstock brasileiro

Este ano eu fiz o melhor Carnaval da minha vida. Não pensem que teve confete, serpentina, baladas fortes, trio elétrico, música eletronica ou avenida. Bem pelo contrário: natureza, tranquilidade, literalmente PAZ e AMOR fizeram parte do Psicodália, que deixou saudades e que com certeza vou voltar no ano que vem.


Para entrar no clima, tinhamos moeda própria, as dálias e psicocents, o Morro dos Psicodálicos Uivantes, que era um dos morros de camping onde nos instalamos. A cozinha comunitária que estava mais para floresta de Sherwood, onde todos cozinhavam em fogueiras improvisadas ao som de violões gaúchos, catarinenses e paranaenses. Para quem foi lá deve se lembrar do velho que cantava ao 4 cantos "quem trás a doeeença não é o sagraaaado, é o diábo" (sic).


Todos os dias às 19h começavam os shows de rock "no centrinho do local" que se estendiam até a madrugada. O som era muito maluco, bandas de Santa, Paraná e Rio Grande do Sul. Diria que o som era do tipo rock psicodélico mesmo. Muita flauta transversa, gaita de fole, performances. Eu gostei de muitas bandas, mas meu destaque vai para as bandas daqui. Na noite de domingo a grande atração era a Pata de Elefante, fiquei lá na frente, hipnotizada com a guitarra do Guedes e dançando sem parar. Segunda foi o dia da Bandinha Di Da Dó, que me surpreendeu demais. A banda é formada por palhaços (ou clowns?) que fazem um som e uma performance incrível. Depois do show era todo mundo comentando o quão maravilhoso tinha sido.


Olha, tenho mais um milhão de histórias para contar, quem sabe outra hora eu faço um novo post, mas o que eu não posso deixar de dizer é dos malabares de fogo. O palco dos shows ficava em um vale com vários morros em volta. Na noite, quando tu olhavas pra cima, várias pessoas ficavam fazendo malabares de fogo lá em cima. Só que tu não enxergava as pessoas, só a chama. Foi lindo! Também tinha umas pessoas que ficavam passando com umas luminárias estilizadas em fila por todo o acampamento.



Segunda eu acordei, me deitei em baixo da tendinha que colocamos e agradeci muito por estar lá. Senti a maior vibração positiva da minha vida.

Caro

quinta-feira, 26 de fevereiro de 2009

Revolution


Ontem eu fui assistir ao Milk, filme que conta a historia do Harvey Milk, o 1º representante assumidamente gay na história da politica que foi assassinado em 1978. É incrível pensar que faz tão pouco tempo que os gays eram discriminados a ponto de não possuírem direitos como o de trabalhar, por exemplo. Harvey foi o precursor da libertaçao dos gays na sociedade que vivemos hoje.



Além desta lembrança da história protagonizada pelo merecidamente oscarizado Sean Penn, o diretor Gus Van Sant joga na cara dos desavisados cenas de puro homossexualismo (vibrei com mais uma quebra de paradigmas depois de Brokenback Mountain!!). Mas não estou aqui para escrever do filme.



A questão é que ele só reforçou um sentimento que não me deixa confortável. Vimos todas estas lutas que as gerações passadas travaram e acabo sempre achando que somos uma geração vazia. Mas em uma sociedade onde já conquistamos tudo, direito de votar, direito de assumir a sexualidade, direitos igualitários entre homens e mulheres, direito de casar, separar, transar com 1 ou com 100, direito a liberdade de expressão, de consumo. Com tudo isso, pelo quê nós vamos lutar?

Nesta rebeldia que surgiu há algumas décadas atrás, os que lutaram pelos nossos direitos nos trouxeram os maiores ganhos culturais atuais, como na música, moda, teatro, literatura, cinema. E, hoje em dia, o que fazemos para fomentar isto? Na música, por exemplo, existem alguns grupos nostálgicos (como os seguidores de Beatles e Stones), que produzem através de ideais ultrapassados, além da leva do reflexo da cultural pop atual, tipo nx zero que eu prefiro nem comentar... Mas li um livro que me mostrou que os representantes da rebeldia dos dias de hoje se voltaram contra nós mesmos. A violência gratuita é hoje o nosso movimento de contra cultura. Brigas em estádios, em boates, a violência do tráfico.

Só que o mundo hoje precisa de ajuda. Corrupção, meio ambiente, desigualdade, o capitalismo selvagem... Alguém vai parar de olhar só para o seu umbigo? É essa história que vamos deixar sobre a nossa geração?

Ok, acordei baixo astral e resolvi fazer o primeiro post com um monte de coisa que estavam entaladas, mas prometo que os próximos só falarão de coisas alto astral. Já até estou escrevendo, é sobre o Psicodália no Carnaval... e o próximo é de um lugarzinho lindo de almoçar que eu vou em Porto Alegre.
Caro

ps.: sugiro ouvir a música Revolution dos Beatles depois de ler o post. =)